Defensoria de Venâncio Aires acompanha caso de intervenção do Hospital São Sebastião Mártir

Venâncio Aires (RS) - A intervenção do Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires, foi prorrogada por mais 10 meses, após uma visita de inspeção do defensor público Arion Escorsin de Godoy. Na visita, feita no dia 11 de julho, verificou que houve melhoras no atendimento e no controle das contas do Hospital, que recebeu denúncias por irregularidades e problemas na prestação dos serviços de saúde, ao longo de 2011. Há duas semanas recebi uma solicitação da Procuradoria do município sobre a posição da Defensoria Pública a respeito da necessidade ou não, no entendimento da Instituição, de nova prorrogação da intervenção no Hospital. Fui até o local e verifiquei avanços, como aumento no quadro de pessoal, continuação das obras da UTI, melhora nos indicadores de infecção hospitalar e a adoção de medidas para a regularização de contas, relata o defensor. Por isso, recomendei, por ofício, que prorrogasse a intervenção como forma de garantir o atendimento ao princípio da continuidade do serviço público, evidentemente aplicável aos serviços de saúde.

Godoy explica que a liminar concedida em ação civil pública ajuizada pela Defensoria Pública, em face do Hospital São Sebastião Mártir, deverá ser mantida até o julgamento, que ainda não tem data definida. Enquanto isso a Defensoria Pública de Venâncio Aires continua acompanhando os avanços da instituição. A situação ainda não é ideal, mas, por exemplo, houve sensível redução na lista de espera por cirurgias eletivas. De quase 1000 caiu para cerca de 300 pessoas no aguardo. Foi constatado dois médicos plantonistas e 10 pessoas da equipe de emergência. O defensor conta que hoje o Hospital é administrado por uma comissão intervencionista que tem como objetivo principal o acerto de contas e a melhora na prestação dos serviços de saúde.

Saiba-mais

Após uma denúncia registrada na Polícia Civil de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, a Defensoria Pública do município descobriu um rombo de, pelo menos, R$ 10 milhões no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). Notas frias, empréstimos irregulares, favorecimento de comerciantes e contratos superfaturados estão nas duas ações abertas pelo defensor público da cidade, Igor Menini da Silva, que investiga o caso há um ano. Ele atribui à falta de vigilância do poder público o início de uma situação caótica na instituição filantrópica, que resultou em problemas na prestação dos serviços aos usuários.

A dívida do Hospital São Sebastião Mártir começou em 2006 e, desde então, o atendimento ficou prejudicado. As cirurgias eletivas eram pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas muitas delas não eram feitas. A Defensoria identificou que 1 mil pessoas esperavam na fila para fazer um procedimento, algumas delas há cinco anos.

Tweetar